2 de outubro de 2010

Novos rumos, novos ares, novo quadro.


Um bom tempo se passou desde que fui obrigada a abandonar viagem. Naveguei pelos teus encantos, pelos nossos momentos de “amor perfeito”. Naveguei apreciando lindas e inéditas paisagens arrematadas por belíssimos céus, ora pôr, ora nascer do sol. Impossível escolher o mais bonito.
Não contesto os planos perfeitos de Deus. Mas acho que teria sido mais fácil pra mim, se eu não tivesse gostado tanto de você a ponto de buscar e encontrar pretextos para gostar ainda mais. Além de meus sorrisos mais lindos, meus melhores beijos e meus mais afetuosos carinhos, quis te dar o melhor de mim, para te ajudar a ser sempre o melhor de você. Não para que eu ficasse ainda mais apaixonada, mas para que você fosse ainda mais feliz.
Ainda assim não me arrependo. Jamais.


Também acho que teria sido mais fácil se você tivesse sido rude, se não tivesse se “preocupado comigo”.  Mas o contrário aconteceu.  Até nem tão breves instantes depois do susto, parecia mesmo que seu desejo era que meu coração continuasse acorrentado a algo tão incerto. E eu acreditava que tudo o que você precisava era do meu amor. O amor que tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. (1 Coríntios, 13:7) Mesmo que você não enxergasse o fato. Talvez ainda acredite.

Cada dia era um furacão novo de sofrimentos, pensamentos e teorias. Era incrível como esse desenho torto de mim junto a você tinha o poder de me fazer...de me fazer metamorfose. Talvez ainda faça. Eu sei, eu sou assim. Mas nessa intensidade, não, eu nunca me vi.
Preferiria ser a vítima de tua coragem de dizer: “Vai! Não te quero nunca mais!” do que de tua covardia de manter-me presa ao teu veneno, às tuas garras invisíveis. Ainda bem que posso ser mais ácida que o veneno e mais forte que as garras.
Eu poderia sentir tanta raiva de ti, mas não faria bem pra mim. E sim, mesmo tendo pensado tanto em ti, ainda vejo o meu lado.  Faz parte do amor próprio. Ou talvez tenha sido mesmo o perdão, o perdão do amor verdadeiro.
O que importa é que aos poucos, tua correnteza de indiferença, silêncio e ausência  foram me levando para longe da margem obscura.
Confesso: já não te chamo, mas ainda olho para trás. As famosas gotas salgadas ainda correm pela minha face, em dias doloridos, embalados por lembranças e alfinetados por saudade. Saudade do teu cheiro, da tua voz, do teu sorriso, do teu beijo, das nossas mãos dadas... Saudade de nós dois.
E me irrito com a minha criança boba interior, quando me pego na vontade de que esse amor só fique adormecido, de que você esteja presente em meu futuro que a Deus pertence. Mas dou uma colher de chá... faz parte do processo.
 
Quanto a vocês, agosto de baldes de lágrimas, e  setembro de confusões e passageiras decisões... a vocês, tenho um aviso: outubro chegou.  E agora é hora.  Hora de amassar os lenços encharcados, os papéis escritos de esperança (esperança de você), as placas de sofrimento e atirar longe.  
Estou seguindo meus passos, e na minha caixinha porta-passado a tiracolo, você sempre estará, minha agridoce lembrança de amor não eterno, mas intenso. 
E Papai, que sempre esteve ao meu lado naquele caminho traçado por Ele, me deu as mãos e me ajudou a sair do barco. Com dificuldade, o atraquei. Agora ando pelo cais e já vejo o raio de Sol iluminando o lado de fora. Lá fora, na minha floresta. O inverno já está indo embora, para que a primavera tome o seu lugar.
Não quero mais ouvir a chuva apunhalando as copas das árvores e criando uma poça na terra. Não quero mais o céu escuro, com suas estrelas às escondidas, brilhando apenas pelos raios e gemendo trovões. E a coruja me dando sustos com seus olhos arregalados.  
Quero enxegar um quadro lindo pintado pelO Artistamaispoderoso. E eu serei a protagonista. Já até imagino: o passarinho mais alegre a cantarolar e traçar vôo; a borboleta mais colorida pousada sobre meu ombro e o girassol mais sol a enfeitar os meus cabelos. Além das águas do riacho que passa pela ponte, refletindo meu sorriso lotado de leveza. Fascinante, não?

6 comentários:

bruna disse...

Adoro teu jeito simples e envolvente de escrever. Escreva mais =)
Beijão

Daniela Filipini disse...

Você escreve com a alma, é lindo.

Fred Bahia disse...

Não me canso de ler e elogiar seus textos. São doces e sentimentais. Seu blog melhorou muito.

"Confesso: já não te chamo, mas ainda olho para trás. As famosas gotas salgadas ainda correm pela minha face, em dias doloridos, embalados por lembranças e alfinetados por saudade."
SENSACIONAL.

Ao ler seus textos, entro em outra dimensão, em outra esfera.
Obrigado por me fazer viajar.
Parabéns e muito sucesso.

Ju Fuzetto disse...

Tão perfeito!!

Beijos linda!!

bom restinho de semana

Ariana Coimbra disse...

Caraca! Primeira vez que venho aqui e me deparo com esse texto maravilhoso!
Intenso!
Viajei nele, parabéns, tu escreves muito bem!


Beijos

Anônimo disse...

Vc quer me fazer chorar né amiga?

É engraçado como nós duas passamos por situações iguais né! srsr... acho que por isso entendemos o sentimento uma da outra.

Beijos!!!
Te amo C&G&C kkkkk.... lembra?